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O Evangelho no Lar

abril 30, 2015

abel-sidney“Quando o Lar se converte em santuário, o crime se recolhe ao museu. Quando a família ora, Jesus se demora em casa. Quando os corações se unem nos liames da Fé, o equilíbrio oferta bênçãos de consolo, e a saúde derrama vinho de paz para todos”. Joanna de Ângelis

Pode parecer insistência retomar alguns temas básicos da vivência espírita, como o ora abordado. Mas não é. É necessidade mesmo. Entre saber e praticar, entre ter noções e vivenciar vai às vezes longa distância. Isto é não nenhuma crítica, é simples constatação. E revela o quanto somos ainda humanos, demasiadamente humanos, no trato das questões mais profundas, aquelas que dizem respeito ao espírito imortal que somos…

O caso é que as reuniões do Evangelho no Lar, nos lares espíritas, sofrem das intermitências do entusiasmo, isto é, alternam-se períodos de bom ânimo, perseverança, alegria, com aqueles outros de desânimo e quase indiferença, quando por vezes, cumpre-se apenas um dever assumido (quando ainda se age assim, diga-se de passagem, ainda está bem!). Por vezes, em casos extremos, e não raros, encerra-se simplesmente as reuniões, por motivos diversos, na maioria das vezes injustificáveis.

Somos, então, obrigados, a fazer esta reunião semanal? Bem, se por bons motivos pudermos nos abster das vantagens de se realizar o nosso Evangelho no Lar, não há nenhum problema! Qual é a família, no entanto, que pode dispensar (2):

1) A oportunidade de reunir-se para a troca de idéias, a discussão dos problemas pessoais e familiares, a comunhão de pensamentos mais elevados, sob a inspiração da Espiritualidade Superior?

2) A higienização do lar com nossos pensamentos e sentimentos elevados, permitindo facilitar o auxílio dos mensageiros do bem?

3) A modificação do padrão vibratório dos nossos pensamentos e sentimentos, desanuviando as nossas mentes congestionadas de criações inferiores, agentes da enfermidade e dos desequilíbrios?

4) O estudo e a meditação do Evangelho, para que suas lições sejam mais bem compreendidas, sentidas e exemplificadas?

5) Os momentos de paz e de compreensão que ele nos oferece, proporcionando-nos uma vivência mais tranqüila?

Em sã consciência, ninguém pode alegar que tudo isso seja dispensável em um lar. Ou que o Evangelho no Lar não possa ter uma parcela de contribuição em nossa paz, equilíbrio e saúde!

As referências históricas à prática do Evangelho do Lar, remonta à época de Jesus, conforme relatado em Jesus no Lar, do autor espiritual Néio Lúcio. Lá é narrada a primeira dessas reuniões, quando o próprio Mestre, em casa de Simão Pedro, demonstrou-lhes a importância do lar diante do mundo:

“O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranqüila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se nos não habituarmos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?”

No romance Renúncia, de Emmanuel, o autor ao traçar o longo e penoso “heroísmo e martírio” da personagem Alcíone, que vivera no século Luís XIV, nos informa sobre o Evangelho no Lar realizado em casa de seus patrões. Eis as palavras de Alcíone:

“… não devemos acreditar que o Cristo só haja trazido ao mundo a palavra revigoradora e afetuosa, senão também um roteiro de trabalho, que é preciso conhecer e seguir, em que pesem as maiores dificuldades. Para isso, é indispensável tomar os nossos sentimentos e raciocínios como campo de observação e experiência, trabalhando diariamente com Jesus na construção da arca íntima da nossa fé”.

Como se vê o roteiro nos indica o vasto campo do lar como local privilegiado de convivência e aprendizado. E Jesus, neste contexto, deve ser sempre o Orientador Maior de nossas vidas. Para tanto, contudo, é preciso o nosso esforço para mantê-lo conosco em casa.

Abel Sidney de Souza


Bibliografia:
1. Messe de Amor, psicografia de Divaldo Pereira Franco.
2. Orientações extraídas dos informativos publicados pela Confraria Espírita, pelo Centro de Orientação Espiritual Amigos da Vida e pelo Grupo Espírita Bezerra de Menezes.

COMO FAZER?
À título de informação complementar, pode-se incluir o roteiro extraído do informativo publicado pelo Centro de Orientação Espiritual Amigos da Vida.

Como Fazer? Escolha um dia e uma hora da semana em que seja possível a presença de todos os membros da família ou da maior parte deles. Observar rigorosamente esse dia e o horário para facilitar a assistência espiritual e consolidar o hábito da reunião.

Iniciar a reunião com uma prece simples e espontânea num local da casa menos exposto as perturbações exteriores. Em seguida, fazer a leitura de um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, aberto ao acaso ou previamente programado para estudo em seqüência.

Fazer comentários breves sobre o trecho lido, trocando opiniões com o grupo quanto a aplicação dos ensinamentos na vida diária, evitando discussões, críticas e julgamento de membros do grupo ou de conhecidos em função da mensagem evangélica.

A reunião deve ser dirigida pelo chefe do lar ou pela pessoa que tiver mais conhecimento doutrinário, que deverá estimular a participação de todos e conduzir as explicações ao nível do entendimento prático dos presentes. Pode-se fazer outras leituras afins.

A duração deve ser de até 30 minutos, incluindo a prece de encerramento, em que se agradecerá a assistência espiritual, lembrando a próxima reunião.

Nota do editor:
Imagem em destaque disponível em <http://espiritualizandocomaumbanda.blogspot.com.br/2011/01/evangelho-no-lar.html>. Acesso em: 30ABR2015.

Abel Sidney
Abel Sidney

Formado em Ciências Sociais e Administração de Empresas, por longos anos trabalhou como professor. Desenvolveu, em paralelo, um programa de incentivo à leitura e escrita e, em razão disso, tornou-se também editor. Participa do movimento espírita em Porto Velho - RO.

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