Página InicialTextos EspíritasInvasão dos bárbaros

754 visualizações

Invasão dos bárbaros

agosto 6, 2016

richard-simonetti-menorNestes tempos de transição, em que a população mundial ultrapassa os sete bilhões de habitantes, a impressão é de estamos sofrendo, à semelhança do que ocorreu no passado com o Império Romano, uma invasão de bárbaros.

A diferença é que no pretérito estas hordas tinham uma conformação étnica, situando-se por hunos, visigodos, vândalos… Os bárbaros de hoje surgem das entranhas de nossa própria sociedade, pelas portas da reencarnação.

Se os fluxos migratórios do continente espiritual para o mundo físico, envolvendo multidões de Espíritos, obedecem à direção do planeta, confiada a Jesus, segundo nos informa Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, fica a pergunta: por que foram abertas as porteiras do Umbral, despejando sobre o plano físico multidões desvairadas, cuja característica principal é a agressividade e o desrespeito pela vida humana?

Diríamos que estamos diante de uma contingência evolutiva.

O crescimento da população oferece a inteligências primitivas a oportunidade de um contato com as agruras da vida física, qual lixa grossa a desbastar suas imperfeições mais grosseiras, ao mesmo tempo em que sua presença perturbadora impõe às coletividades terrestres uma reavaliação de suas motivações existenciais.

Consideremos, em princípio, o comportamento do homem comum. Nas férias escolares milhões de brasileiros buscam descanso nas praias. Os fins de semana são marcados por multidões que procuram “sombra e água fresca” para cultivar a felicidade de não fazer absolutamente nada, dando tratos à fantasia, sob o embalo da indiferença que sempre sugere perigosas incursões no vício e na irresponsabilidade.

Não há por que censurar o descanso, o lazer, a viagem, a rede… O problema é que isso tudo que deveria ser parte da vida, costuma tornar-se a finalidade dela, sob inspiração do velho egoísmo humano.

Resultado: Prevalece a ideia de que todos os problemas que envolvem o país e a comunidade devem ser resolvidos pelo Governo, ao qual compete educar o ignorante, conter o agressivo, castigar o criminoso, sustentar o desempregado, promover o progresso, realizar nossos sonhos de prosperidade!

Não nos demos conta de algo elementar: o Governo é apenas uma representação da sociedade! Pouco poderá fazer se a população não se engajar decididamente nas iniciativas que visam promover o bem-estar social.

A decantada civilização cristianizada do Terceiro Milênio não será implantada por decreto celeste. Inútil esperar por ela, enquanto as coletividades terrestres não operarem fundamental mudança de comportamento, partindo do egoísmo para o altruísmo, dos interesses pessoais para as necessidades coletivas, das realizações efêmeras do individualismo exacerbado para as gloriosas construções do amor fraterno.

O confronto atual com Espíritos encarnados ainda presos ao primitivismo não seria necessário, se ao longo dos dois milênios que marcaram o advento do Cristianismo os homens houvessem aprendido as lições fundamentais de Jesus, exercitando o serviço do Bem e educando seus irmãos em Humanidade, com a força do exemplo.

Imaginemos uma mobilização de toda a população produtiva de uma comunidade, envolvendo a classe média e abastada, a oferecer de seus recursos, de seu tempo, de seu trabalho…

Não haveria problemas insolúveis. A própria subnutrição que aflige milhões de brasileiros, não é simples fruto de uma má distribuição dos bens da produção, de leis injustas criadas por minorias ambiciosas, como pretendem os socialistas de plantão.

Ela é sustentada muito mais pela omissão de considerável parcela da população que poderia algo fazer, mas simplesmente prefere fechar os olhos, transitando sem traumas e sem constrangimentos entre necessitados e sofredores de todos os matizes, em absoluta indiferença.

Ingenuidade falar-se em justiça social ao peso de mudanças estruturais, leis ou regimes, num mundo orientado pelo supremo gerador de injustiças que é o egoísmo, a tendência de cada um por si e o resto que se dane!

Richard Simonetti

Nota do Editor:
Imagem em destaque disponível em <http://www.forumespirita.net/fe/estudos-mensais/evolucao-do-espirito-e-a-web/225/#.V6VsFrgrLIU>. Acesso em 06AGO2016.

Richard Simonetti IN MEMORIAM
Richard Simonetti IN MEMORIAM

Richard Simonetti é de Bauru, Estado de São Paulo. Nasceu em 10 de outubro de 1935 e Desencarnou em 03 de Outubro de 2018. De família espírita, participou do movimento desde os verdes anos, integrado no Centro Espírita Amor e Caridade, onde desenvolveu largo trabalho no campo doutrinário e filantrópico. Orador e Escritor espírita, teve mais de cinquenta obras publicadas.

Deixe aqui seu comentário:

Divulgue seu evento conosco.
É rápido, fácil e totalmente gratuito!

+ Clique e saiba como