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Prioridade na postura de dignidade perante o próximo

abril 26, 2017

Se desejarmos desenvolver a paz em nosso mundo íntimo e em torno dos nossos passos, é imprescindível estarmos dispostos às mudanças urgentes na forma de agir, a começar pelo desenvolvimento e cultivo da fé em Deus e em nossas possibilidades para que não nos falte nos momentos de dificuldades a tranquilidade necessária ao nosso espírito, na busca de amar e servir sempre mais e melhor.

Isto porque, é importante não esquecer que receberemos de volta o que fizermos aos outros e com os outros. Assim sendo, é inteligente fazer o bem que estiver ao nosso alcance ao nível de nossas possibilidades, sem visar retribuição ou qualquer outra forma de gratidão.

Precisamos abdicar do vício de procurar defeitos no próximo, entendendo que todos nós, espíritos ainda vinculados ao planeta Terra, em processo de evolução possuímos ainda o nosso lado escuro que precisamos iluminar, e que apontar defeitos alheios é causa de ressentimentos que poderá se transformar em malquerença ou até mesmo em ódio que representará veneno em nossa vida e em nosso coração.

“Uma das insensatezes da Humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a dissimular, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos. Semelhante insensatez é essencialmente contrária à caridade, porquanto a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente.

Caridade orgulhosa é um contra senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro. Com efeito, como poderá um homem, bastante presunçoso para acreditar na importância da sua personalidade e na supremacia das suas qualidades, possuir ao mesmo tempo abnegação bastante para fazer ressaltar em outrem o bem que o eclipsaria, em vez do mal que o exalçaria? Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como principal obstáculo ao progresso.” (1)

Esforcemo-nos para esquecer as ofensas, incondicionalmente na certeza de que as agressões que por ventura nos sejam lançadas, pertencem aos agressores, e que não podemos pagar o mal com outro mal, pois somos sabedores de que nem sempre será possível viver sem adversários, dessa forma, não nos esqueçamos de ofertar por nossa vez, o respeito que lhes é devido.

Nos caos em que houvermos ferido, magoado, lesado alguém, que tenhamos a coragem de pedir as devidas desculpas aos prejudicados e reparar aquelas que ainda podem ser refeitas, cumprindo as determinações das Leis Divinas que prescrevem amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. (2)

Procuremos antes de tudo, cumprir com o dever que nos cabe diante da vida, evitando descarregar em ombros alheio as obrigações que nos competem executar, guardando fidelidade aos compromissos assumidos quando ainda estávamos no mundo espiritual, e não acreditemos em facilidades, pois, a caminhada em busca da felicidade e da paz que tanto almejamos exige trabalho árduo e muita disposição para serem conquistadas.

Faz-se necessário também observar com cuidado e carinho a forma de correção que empregamos nas tarefas pequenas, para que essa mesma correção e responsabilidade não se torne pesada nas grandes tarefas, e quando a dificuldade nos trouxer desânimo, não tenhamos a pretensão de achar que somos as únicas pessoas em provação sobre a Terra para que a nossa dor não se converta em causa para tumultos ou distúrbios.

Urge nos empenhemos na tarefa do bem, ofertando nossos melhores recursos para que nos tornemos instrumentos úteis na Seara do Mestre e Guia da humanidade, sem desperdiçar a bênção do tempo, trabalhando em prol de uma vida melhor para nós e para o próximo, reconhecendo que somos filhos de Deus que, por amor, nos empresta os necessários recursos para uma semeadura positiva, e, mesmo reconhecendo as imperfeições de que ainda sejamos portadores, estaremos certamente agindo na condição de discípulos sinceros na construção da nossa própria paz de Espírito.

Francisco Rebouças

Referências:
(1) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, F.E.B., 112ª edição. Cap. X, item 10. (Mateus, XII: 34-40); e
(2) Mateus, XII: 34-40.

Nota do editor:
Imagem ilustrativa e em destaque disponível em <http://www.belasmensagens.com.br/frases-de-amor-ao-proximo>. Acesso em 26ABR2017.

Francisco Rebouças
Francisco Rebouças

Pós-Graduado em Administração de Recursos Humanos, Professor, Escritor, Articulista de diversos veículos de divulgação espírita no Brasil, Expositor Espírita, criador do programa: "O Espiritismo Ensina".

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